Bom dia, queridos seguidores!
Aqueles que me conhecem sabem das minhas paixões pela
Dermatologia e pela Pediatria. Adoro trabalhar com crianças, pois o sorriso, o
aceno ou o beijinho no final da consulta, fazem todo o esforço (e muitas vezes,
“a briga”) durante a consulta valerem a pena! Por conta disso, vou reunir essas
duas especialidades de que tanto gosto e, todas as quintas-feiras, trarei
assuntos interessantes para abordarmos aqui sobre a saúde da pele dos nossos
pequenos. E, para iniciar, nada melhor do que falarmos sobre as características
e especificidades da pele das crianças.
O desenvolvimento da epiderme (camada mais externa da pele),
inicia-se por volta da 4ª a 6ª semana de gestação, enquanto que a derme (camada
intermediária da pele), inicia sua formação a partir da 3ª a 5ª semana do
período embrionário. A hipoderme(camada de gordura e parte mais profunda da
pele) tem seu desenvolvimento iniciado a partir do 2º trimestre de gestação. O
desenvolvimento da pele fetal completa-se em torno da 28ª a 30ª semana do
desenvolvimento intrauterino e, a partir da 34ª semana, assemelha-se à pele de
um recém-nascido a termo.
A pele infantil é fina, frágil, imatura, sensível e pouco
protegida. Apesar de ser constituída por todas as estruturas encontradas na
pele do adulto, ainda não apresenta todas as suas funções (proteção, controle
de temperatura, percepção, sensibilidade, excreção, vigilância imunológica e
função endócrina) bem desenvolvidas. Somente após 2 a 3 anos será adquirida a
maturidade equivalente à pele do adulto.
A pele do recém-nascido apresenta alto teor de água, tanto
na epiderme, quanto na derme. Tal fator, aliado a outras características,
confere à pele do bêbe o aspecto macio e tenro (que dá vontade de apertar e
fazer carinho o dia todo). Todavia, trata-se de uma pele com menor teor de
lipídios, em virtude da baixa atividade das glândulas sebáceas (que somente
irão se manifestar na adolescência), o que determina maior desidratação e
fragilidade à pele infantil. A função de barreira da pele encontra-se
prejudicada nesta faixa etária, o que eleva o risco de intoxicação no caso do
uso extensivo de substâncias na pele, devido ao aumento da permeabilidade
cutânea. Além disso, com a barreira diminuída, há maior perda de calor pela pele,
que desencadeia uma incapacidade de manter a temperatura corporal adequada. Há
também redução da atividade dos melanócitos (células responsáveis pela proteção
à radiação solar), determinando aumento da sensibilidade ao sol. O pH neutro ou
levemente alcalino, característico da pele do recém-nascido, aumenta sua
suscetibilidade a infecções cutâneas. No caso de bebês prematurao, todas essas
características são ainda mais acentuadas, resultando em uma pele ainda mais
sensível e frágil.
Essas são apenas algumas das especificidades da pele das
crianças. Na próxima quinta-feira, vamos conversar sobre os cuidados especiais
com a higiene da pele infantil, com o intuito de minimizar os déficits cutâneos
característicos dessa faixa etária.
Até a próxima semana!
Dra. Aline M. Magnus
Referências bibliográficas:
1.Dermatologia Pediátrica. Silmara
da Costa Pereira Cestari, Editora Atheneu, 2012
2.Dermatologia pediátrica. Zilda
Najjar Prado de Oliveira, Editora Manole, 2009
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