quinta-feira, 20 de março de 2014

Dermatite da Área das Fraldas

Bom dia, seguidores!

                Hoje vamos conversar sobre as dermatoses que acometem a área da pele coberta pelas fraldas. Existem alterações que são causadas diretamente pelo uso das fraldas (sendo esta a causa mais comum de dermatite da área das fraldas), outras que são agravadas pelo uso das fraldas, e por último, há outras doenças que não são relacionadas com o uso das fraldas, mas que se apresentam na região coberta pelo uso das mesmas.

                A dermatite de fraldas causada por irritante primário, ou seja, diretamente relacionada com o uso das fraldas, é a causa mais comum desse tipo de alteração local e é popularmente conhecida com o nome de assadura. Ocorre em mais de 50% das crianças menores de 2 anos, em ambos os sexos, geralmente entre 3 e 18 meses. Diversos fatores estão envolvidos no desenvolvimento e agravamento desta patologia. A oclusão constante da área proporciona aumento local da temperatura que, aliada à absorção de urina, acarreta superhidratação que lesa a função de barreira da pele, gerando aumento da permeabilidade a irritantes presentes na urina e nas fezes. Esses irritantes são os causadores da inflamação local, característica da dermatite.

                As regiões acometidas por essa dermatite englobam toda a área coberta pelas fraldas (região genital, ânus, nádegas, porção superior das coxas e porção inferior do abdome). As lesões características são placas vermelhas, de intensidade variável, inicialmente brilhosas, que podem evoluir para erosões e pequenas bolhas (vesículas). Em uma fase mais tardia, pode apresentar descamação.

                O tratamento é feito com compressas, cremes e pomadas prescritas pelo médico, de acordo com o grau de evolução da dermatose. Com o intuito de evitar a dermatite da área das fraldas, orienta-se utilizar fraldas descartáveis com alto poder de absorção de marcas conhecidas e aprovadas para uso em crianças. Fraldas de tecido só devem ser utilizadas se forem de algodão. As trocas de fraldas devem ser freqüentes para evitar que a criança fique molhada por muito tempo. No caso de limpeza de urina, deve-se utilizar apenas água morna e algodão. Para a limpeza de fezes, utiliza-se sabonetes suaves, tendo sempre o cuidado de enxaguar e secar bem o local. Como já foi dito em posts anteriores, deve-se evitar o uso de lenços umedecidos, uma vez que estes contem sabões que podem irritar a pele das crianças. Enquanto a pele não apresentar lesões, não se faz necessário o uso rotineiro de cremes e pomadas, pois estas medicações contem aditivos que podem causar dermatite alérgica, irritação local ou toxicidade.

                A pele inflamada fica predisposta a infecções, sendo a Candida albicans (um fungo comum em diversas infecções de pele), a principal forma de infecção secundária. A presença de Candidíase na região das fraldas é diagnosticada pela presença de lesões características visualizadas pelo médico e pelo curso clínico da infecção.

                Em resumo, a dermatite da área das fraldas pode ter inúmeras causas, sendo o próprio uso das fraldas a principal delas. Entretanto, devido às outras possibilidades diagnósticas e à sensibilidade da pele da criança a qualquer substância aplicada, deve-se sempre consultar um médico habilitado para o correto diagnóstico e tratamento das lesões. Reforço mais uma vez que a medicação tópica em crianças, quando não utilizada corretamente pode ser extremamente prejudicial, mesmo os cremes e pomadas comumente usados em casos de assaduras. Sendo assim, cabe aos pais e cuidadores, ficarem atentas às trocas de fraldas e, no caso de perceberem qualquer alteração procurarem um especialista. 
Até a próxima semana!
Dra. Aline M. Magnus
 
Referências Bibliográficas:
1. Dermatologia Pediátrica - Silmara da Costa Cestari
2. Fisiopatologia da Dermatite da Área das Fraldas Parte I - Anais Brasileiros de Dermatologia 2008
3. Quadro Clínico e Tratamento da Dermatite da Área das Fraldas Parte II - Anais Brasileiros de Dermatologia 2009
4. Dermatologia Pediátrica - Zilda Najjar Prado de Oliveira

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