Fotoproteção na Infância

Bom dia, seguidores!!!

Hoje vamos falar sobre a importância da proteção solar e os benefícios desse cuidado que deve ser estimulado desde a infância.

A exposição ao sol na infância ocorre de forma mais intensa do que em adultos, uma vez que as crianças passam grande parte do seu tempo em ambientes ao ar livre. Estudos estimam que por volta de 50 a 80% da exposição solar que uma pessoa recebe durante a vida é obtida antes dos 20 anos. Tal comportamento, todavia, é bastante lesivo, visto que a exposição solar em excesso, especificamente durante a infância, aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de pele. O efeito da radiação ultravioleta (proveniente do Sol) é cumulativo na pele, sendo a exposição solar constante e prolongada, o fator ambiental mais importante na patogênese do câncer de pele e do fotoenvelhecimento. Entretanto, exposições solares intensas e intermitentes que geram queimaduras solares também se relacionam ao desenvolvimento de câncer de pele. Na verdade, esse tipo de exposição está relacionado ao desenvolvimento de Melanoma Maligno, o tipo mais agressivo de câncer cutâneo.

 

Na infância, assim como nos outros períodos da vida, a fotoproteção deve ser realizada diariamente. Os cuidados em relação à proteção solar vão muito além do uso de filtros com proteção contra a ação das radiações ultravioletas (UV) e, incluem também, medidas comportamentais de exposição solar, o uso de chapéus e óculos, além de roupas com proteção aos raios UV. Já existem no mercado diversas opções de roupas para adultos e crianças com substâncias que são aplicadas aos tecidos que elevam a proteção à radiação solar. No entanto, mesmo sem esse tipo de substância é possível aumentar o efeito protetor das roupas ao escolher, por exemplo, roupas escuras de tecido com trama apertada e espessa, secas e frouxas ao corpo.

Em relação aos fotoprotetores tópicos ou protetores solares (ou ainda, filtros solares) deve-se ficar atento às características do produto no momento da escolha do mais adequado para a proteção da pele da criança. Tais substâncias absorvem e filtram os raios UV e/ou dispersam e refletem as radiações e, de modo geral, é possível dividir os filtros UV em filtros inorgânicos e filtros orgânicos. Os filtros inorgânicos (físicos) são compostos basicamente por dióxido de titânio e óxido de zinco. Essas substâncias formam uma barreira de proteção na pele que reflete ou dispersa os raios solares. Apresentam baixa penetração cutânea, com consequente redução do risco de irritação e sensibilização, podendo, por isso, ser utilizado por indivíduos com história de alergias ou com pele sensível, como no caso das crianças pequenas. No entanto, apresentam cosmética inferior, sendo normalmente brancos e de difícil espalhabilidade (são mais aparentes e mais difícil de espalhar). Os filtros orgânicos (químicos) absorvem a radiação UV e a transformam em energia térmica. Dependendo da capacidade de absorver comprimentos de onda mais curtos ou mais longos, os filtros orgânicos podem subdividir-se em filtros UVA, UVB e, mais recentemente, de amplo espectro (UVA e UVB). Os filtros químicos são incolores e cosmeticamente bem aceitos, todavia podem ocasionar maior número de dermatites de contato (alergias).

De acordo com a recomendação da Academia Americana de Pediatria, os filtros solares são liberados apenas para crianças maiores de 6 meses. Até os 2 anos de vida, deve-se dar preferência aos filtros físicos, pelo menor risco de toxicidade e de alergias. O filtro solar deve ser aplicado em todas as áreas descobertas do corpo, pelo menos 30 minutos antes da exposição solar. É preciso reaplicar o filtro a cada 4h ou antes, se houver suor excessivo ou mergulho. O fator de proteção aos raios UVB (responsável pela queimadura solar), deve ser igual ou superior a 30 e deve ser utilizado em quantidade suficiente para uma boa cobertura da área exposta. Uma camada muito fina de filtro reduz sua eficácia e seu fator de proteção. 

Enfim, deve-se realizar a proteção solar desde a infância, pois assim é possível reduzir o risco de desenvolvimento de cânceres cutâneos e diminuir o envelhecimento da pele.

 

Até a próxima semana!

Dra. Aline M. Magnus

 

Referências bibliográficas:

1. Topical photoprotection in childhood and adolescence. J Pediatr, Rio de Janeiro, 2012;88(3):203-10

2. 1º Painel Latino-Americano - Cuidados com a pele infantil . Vol.4