Boa tarde, seguidores!
Hoje vamos dar continuidade à nossa conversa sobre dermatologia
pediátrica e discutir os cuidados que devemos ter com a higiene da pele das
crianças. Devido às suas características peculiares, a cútis infantil requer o
uso de produtos especiais destinados à sua higiene, visando sempre preservar a
integridade cutânea, prevenir a toxicidade e evitar exposições químicas
prejudiciais à pele.
Estudos já demonstraram que durante o cuidado de rotina dos
recém-nascidos são utilizadas, em média, oito medicações vendidas em farmácias
apenas durante o primeiro mês de vida. Muitas destas medicações compradas sem
indicação médica, mesmo quando direcionadas ao uso infantil, podem alterar a
função cutânea do recém-nascido, aumentando os riscos de reações adversas. Nem mesmo frases como “dermatologicamente
testado” ou “pH balanceado” ou “ingredientes naturais ou orgânicos” contidas
nos rótulos das embalagens podem garantir a segurança dos ingredientes do
produto.
AGENTES DE LIMPEZA
Diversos produtos devem ser evitados no cuidado da pele das
crianças, dentre eles, os parabenos – que são encontrados comumente em xampus e
lenços umedecidos e podem causar dermatite de contato. Deve-se evitar também
produtos que contenham perfumes e corantes (pelo risco de dermatite de contato),
e aditivos que simulem cores e aromas apetitosos devido ao risco de ingestão
dos cosméticos.
Sabonetes tradicionais em barra apresentam pH alcalino
(diferentemente do pH cutâneo) e seu uso pode destruir a camada lipídica que
protege a pele, causando ressecamento excessivo. O uso de sabonetes de glicerina
também pode ser prejudicial, visto que apresentam alto poder umectante,
entretanto a água acaba sendo absorvida para fora da pele, podendo causar ainda
mais xerose cutânea (secura da pele).
Com o intuito de não irritar a pele ou os olhos das
crianças, os agentes de limpeza ideais (sabonetes e xampus) devem ser líquidos,
sem corantes ou fragrâncias, sem sabão, com pH neutro ou levemente ácido.
Os lenços umedecidos não devem ser utilizados de rotina,
pois estes contem sabão, o qual pode remover o manto lipídico da pele, e, pelo
contato continuado e abafado pelas fraldas pode causar sensibilização.
BANHO
O banho deve ser breve, com duração média de 5 minutos para recém-nascidos
e crianças pequenas, e de 10 minutos para crianças maiores. A temperatura da
água deve ser sempre próxima à temperatura corporal (37°C-37,5°C).
A regra fundamental do banho das crianças é: “água e pouco
detergente”. Os agentes de limpeza devem ser utilizados apenas nas áreas de
fralda e nas áreas que apresentam sujidades. Deve-se evitar a esfregação, pois tal
ação pode remover a camada lipídica e machucar a pele, assim como o uso
excessivo de sabões e substâncias detergentes.
Excetuando-se as regiões em que há maior acúmulo de
detritos, como a área das fraldas, é possível dizer que o banho diário não é
necessário. Todavia, o momento do banho pode representar uma forma de interação
muito especial entre mãe e filho, que aumenta os laços entre os dois e
proporciona novas experiências para ambos.
Até a próxima semana!
Dra. Aline M. Magnus
Referências bibliográficas:
1.Dermatologia pediátrica. Zilda
Najjar Prado de Oliveira, Editora Manole, 2009
2.Prevenção e cuidados com a pele da
criança e do recém-nascido. An Bras Dermatol. 2011;86(1):102-10.
3. I Painel Latino-Americano.
Cuidados com a Pele Infantil 2. Johnson’s Baby
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