quinta-feira, 6 de março de 2014

Higiene da Pele Infantil

Boa tarde, seguidores!


 
Hoje vamos dar continuidade à nossa conversa sobre dermatologia pediátrica e discutir os cuidados que devemos ter com a higiene da pele das crianças. Devido às suas características peculiares, a cútis infantil requer o uso de produtos especiais destinados à sua higiene, visando sempre preservar a integridade cutânea, prevenir a toxicidade e evitar exposições químicas prejudiciais à pele.
Estudos já demonstraram que durante o cuidado de rotina dos recém-nascidos são utilizadas, em média, oito medicações vendidas em farmácias apenas durante o primeiro mês de vida. Muitas destas medicações compradas sem indicação médica, mesmo quando direcionadas ao uso infantil, podem alterar a função cutânea do recém-nascido, aumentando os riscos de reações adversas.  Nem mesmo frases como “dermatologicamente testado” ou “pH balanceado” ou “ingredientes naturais ou orgânicos” contidas nos rótulos das embalagens podem garantir a segurança dos ingredientes do produto.
 
AGENTES DE LIMPEZA
Diversos produtos devem ser evitados no cuidado da pele das crianças, dentre eles, os parabenos – que são encontrados comumente em xampus e lenços umedecidos e podem causar dermatite de contato. Deve-se evitar também produtos que contenham perfumes e corantes (pelo risco de dermatite de contato), e aditivos que simulem cores e aromas apetitosos devido ao risco de ingestão dos cosméticos.
Sabonetes tradicionais em barra apresentam pH alcalino (diferentemente do pH cutâneo) e seu uso pode destruir a camada lipídica que protege a pele, causando ressecamento excessivo. O uso de sabonetes de glicerina também pode ser prejudicial, visto que apresentam alto poder umectante, entretanto a água acaba sendo absorvida para fora da pele, podendo causar ainda mais xerose cutânea (secura da pele).
Com o intuito de não irritar a pele ou os olhos das crianças, os agentes de limpeza ideais (sabonetes e xampus) devem ser líquidos, sem corantes ou fragrâncias, sem sabão, com pH neutro ou levemente ácido.
Os lenços umedecidos não devem ser utilizados de rotina, pois estes contem sabão, o qual pode remover o manto lipídico da pele, e, pelo contato continuado e abafado pelas fraldas pode causar sensibilização.
 
BANHO
O banho deve ser breve, com duração média de 5 minutos para recém-nascidos e crianças pequenas, e de 10 minutos para crianças maiores. A temperatura da água deve ser sempre próxima à temperatura corporal (37°C-37,5°C).
 
A regra fundamental do banho das crianças é: “água e pouco detergente”. Os agentes de limpeza devem ser utilizados apenas nas áreas de fralda e nas áreas que apresentam sujidades. Deve-se evitar a esfregação, pois tal ação pode remover a camada lipídica e machucar a pele, assim como o uso excessivo de sabões e substâncias detergentes.
Excetuando-se as regiões em que há maior acúmulo de detritos, como a área das fraldas, é possível dizer que o banho diário não é necessário. Todavia, o momento do banho pode representar uma forma de interação muito especial entre mãe e filho, que aumenta os laços entre os dois e proporciona novas experiências para ambos.
Até a próxima semana!
Dra. Aline M. Magnus
Referências bibliográficas:
1.Dermatologia pediátrica. Zilda Najjar Prado de Oliveira, Editora Manole, 2009
2.Prevenção e cuidados com a pele da criança e do recém-nascido. An Bras Dermatol. 2011;86(1):102-10.
3. I Painel Latino-Americano. Cuidados com a Pele Infantil 2. Johnson’s Baby

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